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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia 8 | 27out | Cambodja - Floating Villages de Chong Kneas

O dia de ontem foi beeeem cansativo e acabamos dormindo até mais tarde...
Eu estava até com um pouco de febre, não sei se foi pela insolação, pois o sol estava MUITO forte ontem... Meu olho até começou a inchar um pouco, mas provavelmente por um excesso de sono... Por isso acabamos não indo ao mercado central como previsto, e ficamos no restaurante da pousada atualizando o blog, que já estava ficando bem atrasado...
Hoje vamos às vilas flutuantes de Chong Kneas, no lago de Tonlé Sap - o maior do sudeste asiático. Alías, esse lago é alimentado pelo rio Tonlé Sap que vimos em Phnom Penh, e faz parte da bacia do rio Mekong. Esse foi um passeio encaixado entre nossas andanças pelos templos, até para dar uma variada.

Saimos da pousada na parte da tarde e no trajeto passamos por lugares que pareciam ser os mais pobres da cidade. Várias casas sobre palafitas ao longo do rio Siem Reap, muito simples e alagadas pelo nível mais alto do rio. Há semanas antes a situação era bem pior. E vários bichos convivendo com as pessoas, porcos, vacas, búfalos, patos.
 
 No restaurante da pousada, semi-inchado. O Tino enfrentado as poças pelo caminho. Casa alagada ao longo do caminho com fauna doméstica.

No caminho, o Tino parou num mercado local e começou a apresentar uns petiscos típicos: rãs, cobras, aves e insetos. Essa seria a hora de encarar! Até porque já tínhamos um nativo nos ajudando a descrever o que era cada comida. Experimentamos rãs recheadas com ervas e grelhadas num espeto, cobra grelhada e uma massa de peixe com vegetais enrolada na folha de bananeira e assada. O melhor foi a rãzinha, boa mesmo (que aliás já tinhamos provado no Brasil)! A cobra foi meio decepcionante, parecia um frango meio sem gosto, a Beth (sim, ela encarou!!! mas porque a senhora cortou em pedaços... rsrs) comeu e achou sem graça! hehe. E o peixe era bem forte, por causa de um monte de ervas diferentes, segundo o Tino, muito popular nas casas dos cambodjanos. Quanto aos insetos ainda não foi dessa vez... Na verdade se pensarmos, é tudo comida, o que diferem são os hábitos culturais. Nós que somos descendentes de japoneses também comemos cada coisa esquisita! E no Brasil também existem muitas comidas estranhas.
Vila onde paramos para uns petiscos mais que pitorescos, rãs recheadas, cobras, um tipo de ave, todos grelhados na brasa. E o Tino, o tuk-tuk-man. 

Chegando num pier, compramos os tickets e pegamos o barco, felizmente somente nós 2 e o piloteiro. Já haviam muitos turistas pegando outros barcos, num passeio formatado em estilo "zoológico humano", o que parece meio deprimente. E talvez seja mesmo, principalmente imaginando que as pessoas não devem receber nenhuma fração do valor que gastamos com o passeio...

A caminho das vilas flutuantes. Nível da água muito acima do normal! Descendentes de vietnamitas encostam no barco para vender mercadorias. Canal no Tonlé Sap.

Segundo o nosso piloteiro, a comunidade de Chong Kneas é formada basicamente por vietnamitas que vieram à região há muito tempo. Víamos as mulheres com aquele chapéu de palha cônico, que as cambodjanas não gostam de usar.
Esse pessoal vive basicamente de subsistência, trabalham em busca de comida. No mês de setembro fiz uma viagem à Amazônia e deu para perceber muitas similaridades. A diferença para as pessoas que vivem em favelas nos grandes centros urbanos como São Paulo, é que nesses lugares eles têm grandes rios e matas que provém ao menos abundância de peixes e outros bichos comestíveis. Dessa forma todos trabalham com pesca (ou de peixes ou de crustáceos) e têm muita intimidade com a água. As crianças já nascem meio como peixes, nadam e conduzem uma canoa com muita facilidade.
Como a vila é flutuante, eles conseguem mover as suas casas de acordo com o regime das chuvas. Por ex, o lago Tonlé Sap nessa época está bem alto e a vila está numa área longe do lago. Na época mais seca, eles terão que deslocar suas casas para mais perto do lago.

Pessoas na vila, em seu cotidiano sobre as águas.

Num momento paramos num bar, devidamente posicionado no meio do passeio, com cerveja gelada, souvenirs, deck panorâmico. Assim que paramos apareceu um menino com uma píton (cobra local, que pode ficar beeem grande!) e tirei uma foto dele. Logo ele pediu uns $ e ele não aceitou o que iamos dar! Nesse mesmo flutuante tinham uns crocodilos em cativeiro, criados para extração do couro e carne, aliás cara para os padrões locais. Esse é um bicho que impõe respeito, pois tinham uns bem grandes com quase 3,5m! E havia também um "museu" sobre pesca artesanal, espécimes da bacia do Mekong, que poderia ter mais informações, mas creio que informação não era o foco do lugar...
Na próxima parada fomos meio que "forçados" a fazer uma compra num armazém para uma doação à creche flutuante. Espero que o dono do armazém não seja o mesmo professor para quem entregamos a mercadoria logo do outro lado do canal, a uns 20 metros...

Moça com chapéu típico vietnamita. Garoto estilo flanelinha, mas com uma píton no pescoço. Escola-creche no centro. "Criação" de crocodilos e quadra flutuante. 

Depois fomos ver o pôr do sol no meio do lago Tonlé Sap, que é um mar! Aqui acontecem naufrágios, pois com os ventos se formam ondas muito altas. Um dos grandes medos dos locais é serem pegos de surpresa por uma tempestade no meio do lago.
O por do sol estava muito bacana, mas ver tanta pobreza mais crua tornou o dia um tanto quanto carregado, aquele tipo de situação que parece não ter uma solução ou perspectiva...

Abraços a todos!

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