Pesquisar este blog

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dia 13 | 01nov | Vietnã - Tour ao Delta do Mekong 1

Hoje acordamos cedo e compramos uns pães recheados numa padaria bacana que tem próximo ao hotel (estilo a Itiriki Bakery, da Liberdade) para nosso café da manhã no ônibus.

Saimos às 8h20 de Saigon, com o micro-ônibus da agência. O pacote que pegamos vai abranger 2 dias para termos uma visão geral do Delta do Mekong. Aparentemente é uma forma cômoda e barata, sendo que depois vamos partir em direção ao norte (Hanói) num esquema de passagem livre por ônibus, com paradas ao longo do caminho.

O Rio Mekong é um dos rios mais importantes da Ásia (com mais de 4500 km de extensão), passa por diversos países como China - Tibet, Miamar, Laos, borda da Tailândia, Cambodja e deságua no mar da China pelas terras do Vietnã. Mekong em vietnamita significa rio dos Nove Dragões, pois seu curso se divide em diversos canais. O delta do Mekong é uma região estratégica para o país, pois é o celeiro de arroz, alimento básico do povo (a gente como descendentes de japas, também têm consciência dessa importância). Com as reformas promovidas pelo governo em 1986, o país passou de importador a importante exportador para outros países do sudeste asiático (principalmente China).
Passamos pelo rio quando estávamos no Cambodja e também no caminho para o Vietnã. É um rio feio, barrento e parecendo uma mistura de café com leite. Mas essa característica proporciona uma grande riqueza de peixes, crustáceos, e outros bichos comestíveis (pelos povos daqui pelo menos). É impressionante, em qualquer canal proveniente do rio principal a gente via os ribeirinhos com redes ou varas de bambu pegando todo tipo de peixes. Bem que eu queria experimentar pegar algum peixinho, mas em algum momento terei a oportunidade!

O passeio começou bem organizado, parecia tão organizado que pensamos estar entrando numa excursão tipo CVC. Nada contra, mas quando tudo está totalmente formatado para grupos de turistas, algumas experiências se tornam menos autênticas. Mas pode ser preconceito nosso mesmo, afinal de contas, também somos turistas!

No caminho, paramos numa oficina que produz todo tipo de peças laqueadas, com desenhos em madrepérola e também casca de ovo. Haviam muitos artesãos trabalhando, alguns cortando as detalhadas figuras em madrepérola - que é a parte interna da concha de um tipo de ostra - outras colando, outras preenchendo com a laca, outras polindo, uma verdadeira linha de montagem! Um trabalho realmente primoroso, pois as peças finalizadas que vimos na loja (como sempre, no final do trajeto da visita) eram muito bonitas! Creio que as peças deveriam ter um preço inflacionado para os turistas, mas mesmo assim não parecia caro, pelo nível do trabalho.
A fábrica de peças laqueadas, trabalho primoroso!

Trabalho aliás é a razão de existir dessa gente! Segundo o guia, em 2008 o nível de desemprego era em torno de 2% (até os ciclos, as bicicletas com cadeiras, são considerados empregos, embora sejam visivelmente informais). Ainda segundo o guia, embora não tenham a mesma aptidão ao empreendedorismo dos chineses - nisso eles são mestres! - os vietnamitas têm uma jornada de 7 dias por semana, e nesse contexto os momentos das refeições são muito importantes para conviver com a família. Eles devem colher os resultados disso não muito longe, realmente é de se admirar!

Todas as visitas que fizemos nesse tour tinham um lado comercial, com barraquinhas vendendo os produtos finais. Haviam muitos barcos de turistas, grupos de japoneses (estão em todos lugares!!) Mas apesar disso achamos interessante, só tínhamos que entrar no clima! 
Chegamos em Mi Tho, onde pegamos o barco para fazer um passeio às comunidades ribeirinhas. Primeira parada, um lugar que nos serviram diversas frutas secas, um chazinho com mel. Aqui eles produziam mel, que tem um valor medicinal muito importante para eles.
 Saída pelo porto de Mi Tho. Abaixo a visita do melzinho.

Então uma mulher pegou uma píton para os turistas tirarem fotos. É claro que fui, mas com receio dela não ir com minha cara... Um bicho muito bonito, que vira ensopado em alguns restaurantes daqui. Essa pobre coitada ainda era uma adolescente, as grandes chegam a ter mais de 6m!! Após as fotos com a cobra, serviram umas frutas locais variadas, destaque para o pomelo (laranja gigante tipo grapefruit) e uma que parecia caqui, bem doce. Tudo ao som de música vietnamita tradicional, com uns instrumentos tipicos e 3 moças cantando com voz estridente... Acho que eles são bons mesmo em pesca e agricultura!

Para sair da vila haviam uma canoas manobradas por 2 pessoas, uma em cada ponta. Haviam dezenas e dezenas de canoas, subindo e descendo o canal, que tinha até uma correteza razoável. Digamos que esse foi o momento mais "radical" de todo o tour! Mas valeu à pena ver de perto os locais e sua habilidade impressionante em manejar o remo, sem muito esforço faziam o barquinho seguir seu caminho.
  A píton pet (melhor ser pet do que sopa!) e o congestionamento de canoas. Bé de vietnamita!?!

Depois fomos para uma vila, onde haviam vários restaurantes caseiros, cortados por pequenos canais que se encontravam com o  rio principal. Aqui tivemos o almoço incluso no tour, que estava até bom (não esperávamos grande coisa). No "quintal" chegamos a visitar um outro restaurante vizinho, com tanques cheios de outros bichos: crustáceos, peixes, tartarugas, enguias e cobras. Depois de experimentarmos aquela cobra sem gosto do Cambodja vai ser dificil a gente encarar outra... Num dos cantos havia um tanque com crocodilos, que aliás estava no cardápio do restaurante onde comemos. Esse até provaríamos, mas ainda não dessa vez. Antes eles no meu prato do que eles com os dentes no meu tornozelo!!
De tarde visitamos uma fábrica caseira (mas bem equipada) de doces de côco. O doce não ganha das nossas cocadas, mas era muito organizada. Para variar, uma loja depois vendia todos os produtos.
O tour do primeiro dia chegava ao fim e pegamos o busão para a cidade de Can Tho, a maior do delta do Mekong, onde fica nosso hotel. Também não esperávamos muita coisa do hotel, mas era limpo e tinha 2 camas, para descansar era o que precisávamos!
 No alto nosso barquinho do tour. Eu na ponte sobre os canais, próx ao restaurante. Bé e o tanque dos crocodilos, só esperando a hora da panela! Nosso churrasquinho de frutos do mar, delícia!

Fomos jantar num lugar muito agradável, numa praça ao longo da beira do rio. Haviam várias barracas preparando frutos do mar grelhados, escolhemos a mais cheia. Haviam apenas locais e tudo estava muito fresco. Pedimos uns espetos de camarões, lula e polvo, que nós mesmos prepararmos numa grelha, que vem à mesa sobre um pote de cerâmica cheio de brasas. Comida perfeita para uma cerveja gelada, embora por aqui ela não seja tão gelada como gostaríamos. Para acompanhar, arroz e um macarrão com frutos do mar. Uma coisa que não dá para entender é o hábito muito estranho do povo daqui comendo e jogando os restos (cascas, ossos, etc) no chão! Ninguem reúne o lixo num prato à parte, mandam tudo pro chão, do lado mesmo!  

Fomos descansar pois o dia foi cansativo e a tia Augusta iria nos acordar às 6h00.
Oyasumi! (Boa noite em japonês).

Um comentário: