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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dias 30-31 | 18nov-19nov | Vietnã - O melhor de Halong Bay

Hoje acordei bem cedo para pegar o nascer do sol, mas no horário que o guia nos falou já havia luz. A Bé traidora, na hora H não quis se levantar e continuou em estado de sono profundo...
Uma densa névoa cobria toda baía, dando uma atmosfera muito especial. 
Após o café da manhã já partimos para uma outra área da baia. Nesse trajeto fomos explorar de caiaque uma área mais reservada. Mais reservada não significa uma área sem turistas, mas apenas sem multidões. Pegamos o caiaque e já partimos para explorar os arredores. Nosso guia estava com uma turista que simplesmente não queria remar. Então saimos para olhar em volta sem ele, demos uma de ovelhas desgarradas mesmo! Aqui existem muitas cavernas, onde pudemos entrar e atravessar para o outro lado do morro, revelando recantos mais isolados e sem acesso aos barcos maiores.
Um ponto mais distante era acessado após atravessarmos 2 cavernas, chegando numa pequena baía isolada. Nesse ponto vimos um grupo de macacos de cabeça branca. Apenas um outro grupo de caiaques estava lá e pudemos contemplar esse pedaço mais especial de Halong. No fundo dava para se ver alguns peixes, embora a água não estivesse com visibilidade boa para snorkelling.
Ficamos cerca de 1h45 nessas remadas, sem dúvida nenhuma, o ponto alto de todo tour!
Voltamos em um barco menor, devido à logística estranha deles - nosso barco maior havia ido ao porto para deixar parte dos turistas e pegar outros mais, já que no mesmo grupo haviam pessoas com tour de 2 e de 3 dias. Almoçamos no barco secundário, aqui a comida era um pouco melhor, embora ainda nada especial...
Partimos então para visitar uma criação de ostras para produção de pérolas, no meio da baía. Fora a óbvia loja no final da visita, a criação em si é muito interessante. Eles criam as ostras desde pequenas e num determinado momento inserem uma bolinha (que é uma pérola de ostra de água doce, sem valor comercial - é a semente) numa ostra jovem, trabalho feito por umas moças como se fosse um procedimento cirúrgico! Depois de algum tempo, a ostra forma a pérola em volta dessa bolinha, quando a coitada é sacrificada e obrigada a ceder seu trabalho de meses! Esse método foi desenvolvido pelos japoneses e trazido para cá.

Após a visita, encontramos nosso barco-hotel e já haviam outro grupo de turistas, além de toda tripulação do barco ser outra. Atracamos na mesma baia onde pernoitamos na noite anterior e os novos turistas começaram a cair na água, pulando do alto do barco. O problema era que estávamos na área mais lotada de barcos, com o pessoal da cozinha jogando lixo na água, e outros dejetos sendo despejados aqui. Aqui a gente não nada de jeito nenhum! Melhor mesmo era curtir o pôr do sol de cima do deck, ver o que Halong ainda tem de melhor...

Depois do jantar, haveria a sessão de karaokê. Mas num dado momento uns caras da tripulação que já tinham enchido a cara começaram a tomar conta do aparelho, cortando a vez dos turistas! Isso porque nós somos os clientes!
Noite de Karaokê furado. Acreditem, esse é o nosso segundo capitão...


Ultimo dia Halong Bay
No último dia praticamente quase houve um motim. O guia havia prometido nos levar a uma vila flutuante, mas logo após o café da manhã já partimos em direção ao porto de Halong. Fomos reclamar, todos estavam indignados com a falta de compromisso do guia. Mas infelizmente isso é prática comum no país, que atrai tantos turistas mas que provavelmente não voltarão pela falta de seriedade... A discussão não levou a nada e praticamente o dia foi somente para a volta a Hanói.

Halong Bay sem dúvida é um espetáculo natural incrível, de uma beleza única! Mas a forma como eles estão conduzindo as coisas estraga parte da experiência. Na verdade esse lugar não mereceria estar entre as 7 maravilhas pela forma como o turismo é feito aqui. Uma pena!
Chegamos às 17h em Hanói e já nos preparamos para ir à estação de trem, rumo a Sapa.

Esperamos uma noite tranquila no trem...


Dias 29 | 17nov | Vietnã - Halong Bay!

Halong Bay, ou a Baia de Halong, é composta por mais de 3 mil ilhas no golfo de Tonkin, no mar da China. É considerado pela UNESCO Patrimônio da Humanidade e foi eleita recentemente como uma das 7 maravilhas naturais, junto com nossas Amazônia e Foz do Iguaçú!! Portanto, é um destino muito popular, talvez o principal para grande parte dos turistas que vêm ao Vietnã.

http://www.new7wonders.com/

Segundo a lenda local, Halong significa "onde o dragão submerge no mar". Quando a China ia invadir o Vietnã, o Imperador invocou a ajuda dos deuses e estes enviaram um dragão, que com o movimento de sua cauda fez emergir os rochedos que formaram uma barreira contra o inimigo. Creio que essa é uma das versões, pois parece que cada guia faz sua licença poética...    

Saimos cedo de Hanoi após o farto café do hotel Elizabeth. O minibus nos levaria até a cidade de Halong, onde nosso barco estaria ancorado. No meio do caminho, uma parada à qual já nos acostumamos, uma mega-loja de souvenirs, com TODO tipo imaginável de tranqueiras para os turistas, e claro, com preços inflacionados.

Halong City é citado no guia como uma cidade sem nenhum charme, e q serve apenas de acesso à baia de Halong. Acho q tinham razão nisso, pensamos logo em Angra dos Reis, que não é nenhum aperitivo à altura da Ilha Grande...
Primeira decepção, o barco não era novo como prometido... Mas como estamos vacinados com relação ao assunto promessas-de-agências, tudo bem. Nossa cabine era OK, limpa, com uma cama confortável e com banheiro privativo. A Bé já tratou de fotografar cada canto dela! 
O barco ja seguia para o meio da baía, junto com dezenas de outros barcos... O almoço já começava a ser servido, nada que realmente surpreendeu, ou mereça menção mais detalhada. Refeição padrão, sem grande destaque, talvez por uns mariscos que estavam bons.
A baía realmente é espetacular!! Centenas de rochedos emergindo num mar esverdeado, um verdadeiro labirinto para os navegadores! Uma leve neblina cobria o horizonte, dando um clima ainda mais misterioso ao lugar... que seria de fato misterioso se não fossem outros tantos barcos à nossa volta! O turismo aqui está num limite que preocupa, já que é muito evidente que não está sendo feito da forma correta - com controle de acesso, de despejo dos dejetos e do lixo. Vemos muito lixo flutuando nas águas da baía, o que acaba estragando parte da experiência. Uma pena...
Após o almoço paramos numa casa flutuante que aluga caiaques. Nosso pacote garantia 2 passeios de caiaque já inclusos. Nessa saida não tínhamos um guia acompanhando, e para quem nunca andou de caiaque certamente seria um pouco estressante. A gente pegou o nosso e partimos para uma caverna que vimos nas redondezas. Não dava para entrar nessa, mas a visão de ilhas-rochedos altíssimos saido do mar nos faz sentir umas formigas... No entorno haviam muitos barcos e outros grupos de caiaque, então o passeio foi mais uma introdução à baía do que um passeio tranquilo e de contemplação.
Depois fomos a uma caverna, a Sung Sot Cave, a "maior e mais bonita da baía". Mais um típico exemplo de overpromise do turismo no Vietnã. A caverna era grande de fato, mas para comportar o turismo de massa, construíram passarelas de concreto e encheram a caverna de iluminação artificial, o que deixou a caverna totalmente descaracterizada... Sem falar das lixeiras em forma de pinguim, totalmente fora do contexto... O dono da idéia deve ter olhado para a própria geladeira e ... Eureka!! A caverna já sofreu ação dos catadores de souvenirs, que já andaram quebrando algumas formações. Mas a vista que tínhamos do alto valeu o passeio!

No barco tínhamos uma turma bem bacana, especialmente 2 moças canadenses, 1 casal de alemães na faixa dos 50 e poucos e 1 jovem casal, ele neozelandês e ela britânica.


Após o jantar a maioria, inclusive a gente, acabou capotada após um dia cheio. O karaokê ficou para o dia seguinte, e a suposta pescaria de lulas, um fracasso total!!

Dia 28 | 16nov | Vietnã - Enfim, Hanói!


Chegamos em Hanói por volta das 8:30h. Esperávamos chegar na rodoviária com uma pessoa nos esperando com uma placa com nossos nomes, porém nada disso aconteceu! Ao contrário, chegamos num posto de gasolina, sem ninguém nos esperando e ainda por cima meu mochilão estava com cheiro de peixe! Esse povo local estava transportando peixe!
Bem, acabamos pegando o táxi e fomos direto para o hotel escolhido: Elizabeth Hotel!! Sim, meu nome! Até pedimos desconto por eu ter o mesmo nome, mas não colou, hehe.
Fechamos o passeio para Halong Bay para o dia seguinte, pois além de ser o ponto alto do Vietnã, tínhamos que aproveitar o tempo bom com sol.
Saímos para dar uma volta nas redondezas, há um lago onde as pessoas tiram fotos, fazem caminhadas, ginastica e olha que estamos bem no centrão e na parte mais antiga de Hanói.

Após um lanchinho num fast food acabamos voltando para o hotel pra arrumar a mala do dia seguinte e ficar na internet.

Ao sentar no computador do hotel, perguntei se estava disponível e ela respondeu em português! Uma brazuca! Que legal!! Pois nesses quase 30 dias ouvimos o português somente duas vezes. Uma vez de um verdadeiro portuga no Cambodia e outra de um cara que estava entrando no hotel em Saigon. As duas eram gaúchas que estavam morando na Nova Zelândia e que estavam de férias. Conversamos bastante, demos muita risada das coisas que acontecem por aqui, das experiências...

Iríamos tomar uma cerveja quando conseguimos contato pelo Skype com o pessoal do Brasil. Oda-San, Kioko-San e Iran, nossos amigos de Junqueira. Ele comentou que a Katyan  
e Totyan (meus sogros) iria na casa dele, que legal!!! Conversamos bastante, mostramos um pouco da cidade pelo computador, matamos as saudades!!!

Saímos pra comer pelas redondezas e tinha um lugar com uma fachada bacaninha, lotado de gente só que todos comendo nas micro mesas e cadeiras de crianças na calçada. Interessante, pois todo o estabelecimento era tomado pelos acessórios de cozinha, panelas, caldos, gente preparando a comida e todos os clientes na calçada, praticamente quase sentando no chão!
Muito normal aqui...

Amanhã Halong Bay!!!
Até!!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dias 25-27 | 13nov-15nov | Vietnã - Hue

Dia 25 | 13nov
Saimos de Hoi An (cidade muito charmozinha) às 08:30h e chegamos em Hue às 12:00h.
Nos instalamos no hotel e fomos dar uma volta na cidade a pé.
Hue já fica na parte Central do Vietnã e é conhecida por possuir conjuntos arquitetônicos belíssimos e esses monumentos históricos são tombados pela  UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Oras, a expectativa era muito grande!!!
Resolvemos visitar a Cidade Imperial que localizava-se do outro lado do Rio Perfume. Ainda andando em direção ao nosso objetivo, tivemos nosso primeiro sentimento de decepção, pois Hue parecia uma cidade grande normal. Com suas motocicletas buzinando freneticamente, carros por todos os lados, nada de diferente do que já vimos de cidade grande. Pensamos até em viajar p Hanoi no dia seguinte…
Bem, chegamos na Cidade Imperial e aquele monte de homens que dirigiam os ciclos oferecendo passeio!!! Olha, Que Saco! Acho q estavámos tão decepcionados pelo lugar que tudo já estava irritando, rsrs.
A Cidade Imperial de Hue é uma fortaleza murada e foi idealizada como uma cópia em menor escada da Cidade Proibida dos imperadores chineses em Pequim, mas que infelizmente grande parte foi destruída na Guerra do Vietnã.
Lá dentro havia comércio, cafés, restaurantes, motos, casas, escolas, tudo normal e igual à cidade de Hue. Praticamente uma pequena cidade dentro de outra cidade. Até aquele momento, a única coisa legal que vimos era um carro da Toyota, muito fofo que eu queria ter no Brasil, ahahahah...
Chegamos num lago no qual haviam muitos pescadores, mas o lago era sujo e tinha bastante lixo boiando e ao longo de todo o caminho até ele. Aqui qualquer poça é motivo para os caras sacarem suas varinhas e tentar um aperitivo pra noite.
Resolvemos dar mais uma chance a essa cidade ficando o dia seguinte para passear. Para compensar o dia tão moroso, fomos jantar num restaurante chamado Caramel. Ah, que delícia de jantar! O meu prato era frango com folhas de limão e do Márcio era carne de porco com capim-limão, ambos acompanhados com arroz jasmim e com o morning glory.
Essa verdura que falamos tanto tem na Liberade e assim que voltar ao Brasil vou tentar
fazer… Me aguardem!!!
Como sobremesa, panquecas de banana com molho de laranja. Que Delícia!!!!


Dia 26 | 14nov

Resolvemos alugar as bikes para o dia de hoje, mas antes fomos na agência de ônibus garantir a passagem para Hanoi. No começo, parecia que estávamos em S.Paulo andando de bicicleta em meio ao congestionamento, muitos carros, muitas motos, mas à medida que fomos nos distanciando do centro, já parecia uma cidade do interior.

O Márcio estava com o mapa do Lonely Planet e ia nos guiando, aliás, com relação ao senso de direção, deixo totalmente com ele, rs.
Paramos primeiramente num lugar chamado Chua Tu Dam, procuramos no mapa, mas não encontramos nada sobre ele… Mas dá-lhe fotos! Tudo que parecia turístico parávamos pra ver o que era… Tinha até um lugar no qual os monges moravam. Era impossível conversar, uma vez que eles não falavam inglês. A comunicação era apenas com sorrisos e gestos. Tudo bem, tá valendo tudo.
 Chegamos num cemitério To Dinh Tuong Van, no qual os túmulos tinham inscrições chinesas, muito bonitas. Tinha até túmulos com formato de flor de lótus.
Chegamos num lugar que parecia que estávamos no filme “A Viagem de Chihiro”, muito silencioso e calmo. Tinha um bosque com lago muito bonitos antes de chegar ao templo.
 
Vamos seguindo… Passamos por um lugar muito turístico pois haviam muitos ônibus, passamos reto, pois lá tinha que pagar e nessa altura do campeonato, não queríamos pagar nada nesta cidade.
Acabou o asfalto e entramos numa estrada de terra, off road by bike!!


Chegamos numa ponte no qual avistamos vários barquinhos lotados de areia sendo descarregados. Estávamos num afluente do Rio Perfume, o mesmo que passa na cidade. Eu estava acompanhando a movimentação do povo trabalhando e tinha uma moça que estava meio que disfarçando que estava trabalhando, pois enquanto as pás dos outros estavam cheias, a dela estava na metade!! Malandrona hein, kkkk!

Resolvemos voltar, pois já eram 3:00 pm e tínhamos que entregar as bikes até 6:00pm.
No caminho, tinha um tipo de floresta com árvores e uma bela vista para o Rio Perfume, muito bonito! Encontramos um casal que aparentemente estavam tirando fotos do casamento, mas depois vimos que era tipo de um ensaio fotográfico. Vamos que vamos ...

De volta na cidade, paramos num shopping e como não tínhamos almoçado, acabamos comendo um lanchinho no KFC, lembram? Essa rede não existe mais no Brasil.
Fechamos a noite comendo num restaurante que o tiozinho gastava um pouco do Português, estava tudo anotado no caderninho dele. A comida estava mais ou menos e uma cena horrível…
Do lado de fora do restaurante, vi uma coisa se mexendo… Seria um bichano? Um gato? NÃO, Era um Ratão!!!!! Cruzis!!!
Fomos direto ao restaurante de ontem comer a sobremesa… Crepes de banana com molho de laranja…  Agora sim, Life’s good.

Dia 27 | 15nov
Hoje estava uma manhã chuvosa, tarde no shopping aguardando o horário do busão e atualizando o blog. Compramos comida num super que tinha no shopping, tipo obentô (a marmita japa). Hanoi aí vamos nós!!!



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dias 24 | 12nov | Vietnã - Uma outra Hoi An, em 2 rodas!


Hoje alugamos 2 bikes para rodarmos pelos arredores de Hoi An. Antes, fomos visitar a última casa que estava incluida no ticket do circuito histórico. Para variar, tentaram nos vender uma porção de coisas no final da visita. Paramos no caminho para um café da manhã, banh mi com café com leite e gelo.

E rumo para o campo! Pegamos uma estrada que ia em direção ao litoral, embora não tivéssemos infos muito precisas do que iríamos encontrar - o pessoal dos hotéis e agências tentam desencorajar os turistas a fazer qualquer coisa um pouco mais "desbravadora". Que no nosso caso era simplesmente pegar as bikes e ir para qualquer lugar fora da cidade.
A estrada para o litoral era muito bacana pois conseguimos ver aquelas paisagens rurais que imaginamos encontrar aqui. Arrozais, lagoas, búfalos e locais tocando suas vidas. Pena que o arroz já foi colhido, sobrando apenas os extensos alagados. Mas mesmo esses alagados pós-colheita rendem ainda muita comida p o povo aqui. Vimos uns tiozinhos de canoa tirando peixes de suas redes, uns meninos catando caramujos aos montes (que no Brasil nem pensaríamos em comer, na cidade dos meus pais se usa como isca para pesca). Haviam outros meninos caçando uns pássaros e também cobras. É dura a vida de qualquer bicho aqui no Vietnã, acho que eles comem qualquer coisa que nade, voe, pule ou rasteje!!   
No meio do arrozal, chegamos num túmulo de um antigo comerciante japonês (foto com a Bé, acima). Essa dica veio de um tiozinho de moto que grudou na gente e queria descolar uns trocados. Aqui qualquer um na rua quer ser seu guia, seu informante, sua sombra!! Alguns cemitérios no Vietnã não têm área muito definida, a gente vê túmulos espalhados por uma área extensa, alguns pipocando no meio das plantações.
 
Seguindo pela estrada chegamos num vilarejo, já na praia. A praia não era muito boa para banho, pois o mar estava bem mexido. O pessoal dos restaurantes locais já assediava a gente, convidando a deixar as bikes "de graça" no estacionamento deles. Nessa praia, o mais interessante eram uns barcos de caiçaras locais que eram basicamente umas cestonas grandes. Eles trançam cestas em bambu, com estrutura reforçada e impermeabilizam a superficie com resina. Pelo formato redondo não dava para imaginar como eles conseguiam conduzir, até vermos uns pescadores chegando. Eles mostram muita habilidade para passar da arrebentação, pois o mar aqui não é nada tranquilo. A maioria não havia pegado muita coisa, acho que foi um dia bem ruim. Fotografamos a colheita de 1 deles que teve mais sorte.
 Nos embrenhamos também numas ruelas pela vila da praia, foi interessante em ver a vida local sem tantos turistas. Essa regiao lembra um pouco as vilas que temos no litoral norte de São Paulo, com ruelas cheias de coqueiros com pequeno comércio local, casas. E uma extensa faixa de areia se esparramando para o mar, nesse caso, o mar da China. Total atmosfera praiana!  
 Lanchinho de pomelo!

Continuamos nossa pedalada e no caminho de volta a Hoi An, entrando por uma via ao lado da ponte (sobre um grande rio) que atravessamos na ida. Nesse simples trajeto saimos totalmente da rota dos guias. Uma pequena via cimentada seguia ao longo da margem do rio e dava acesso até o fundo de uma vila de pescadores, formada em sua maioria por casas de alvenaria. Haviam embarcações do tipo cesta bem maiores do que vimos na praia, estas para mais tripulantes e carga.
Algumas senhoras olhavam curiosas para nós, e uma puxou conversa com a Beth... Mas em vietnamita, o que nesse caso não deu para extender o assunto. E o melhor, (aparentemente) não queria nos vender nada!! 
Haviam várias casas de pescadores, com seus barcos ancorados, crianças brincando pelo caminho. Numa delas havia uma grande movimentação, com muitas mulheres trabalhando no preparo de uma massa de peixe que seria seca ao sol. Era basicamente uma folha com filés de pequenos peixes, com uma liga tipo caramelo. Não temos idéia do gosto, mas o cheiro de peixe era forte... Elas estavam curiosas em ver 2 estranhos andando por lá, visivelmente "sem rumo". Foram simpáticas e deixaram a gente ver o trabalho delas, cada uma numa tarefa. Do lado do rio, muitas esteiras secavam ao sol a produção da tarde. 
 
Pedalamos até o final da estradinha, já com acesso apenas às casas mais distantes da vila.
No caminho apareceu um grupo de ciclistas com um guia que ficou perguntando como chegamos aqui e que não poderiamos ter vindo sem um guia! No caso, com ele... Depois voltamos à rodovia e cruzamos para uma via parecida do outro lado.


Na cidade, já no final do dia, descobrimos uma barraca de banh mi (o tradicional sanduba viet), considerado o melhor da cidade. O baguete que eles fazem é muito bom, isso eles aprenderam muito bem com os franceses. O único porém, mais uma vez fomos cobrados em dobro em relação aos locais, fato que a maioria aqui não faz questão de esconder.

Amanhã de manhã, pegamos o ônibus para Huê, nosso próximo destino ao norte.

Hoi An foi uma revelação e levaremos ótimas lembranças daqui!!
Este percurso que fizemos aqui foi um dos mais bonitos do Vietnã, e certamente um dos pontos altos de nossa viagem!  



Abs a todos!

Dias 23 | 11nov | Vietnã - O que é que Hoi An tem?


Hoje o dia seria dedicado ao trecho mais histórico de Hoi An, que era basicamente percorrer o circuito de casas e templos de arquiteturas ecléticas que se desenvolveu na região.
Compramos um day ticket, que dá direito a entrarmos em 5 atrações, a serem definidas por nós.

Antes de começar o trajeto, tínhamos uma pendência, a Bé precisava fazer a 2a dose da vacina contra hepatite B, recomendada para se viajar por essas bandas. Descobrimos onde era e fomos direto ao posto de saúde. Mas chegando lá a entrada de terra batida fez a gente questionar a higiene, a organização, e todo tipo de coisas... A enfermeira não falava nada de inglês e felizmente apareceu uma moça disposta a nos ajudar e aí as coisas melhoraram: a vacina estava condicionada num recipiente com isolamento térmico e as seringa era descartável. Mas que deu uma preocupação, ah isso deu!   

O day tour em si foi bacana, com construções antigas, algumas mais preservadas que outras. Mas com um porém, em todos lugares que entramos sempre tinha o momento "empurra-souvenirs", alguns com aspecto "vintage" - mas obviamente falso. Uma mistura de Embú com a Liberdade...
No centro uma ponte construída pelos japoneses. A Bé provando uma guloseima de rua, doce de arroz e feijão.

Há uma influência forte da arquitetura francesa, chinesa e japonesa nas construções, que foram tombadas pelo patrimônio histórico. Algumas não aparentam ter uma conservação boa, mas até os telhados cobertos de musgo dão um clima de lugar parado no tempo. É essa arquitetura tão particular que dá a Hoi An uma identidade própria.
Numa das casas, uma apresentação de "música tradicional" trazia uns músicos entediados por tocarem a mesma coisa centenas de vezes por semana. Pelo menos não tinham a versão de algum  sucesso dos Beatles ou a versão vietnamita da Lambada... Depois entrou um cara fantasiado para fazer umas danças performáticas, mas com um quê de mal-ensaiado. O destaque ficou por conta do cara que tocava um instrumento de 1 corda só, que parecia ser quem realmente sabia o que estava fazendo. 
De tarde encaixamos um passeio de barco ao longo do rio Thu Bon, aquele que inundou a cidade. O barqueiro começou com um preço bem mais alto, para variar. E para variar usamos nosso cada vez mais apurado senso de barganha. O guia já emendou o assunto futebol e começou a perguntar sobre alguns jogadores da antiga seleção do Dunga. Aqui no Vietnã ninguém faz idéia do que seja Carnaval, mas futebol é Brasil. Vimos umas vilas de pescadores (nada rústicas como imaginávamos), plantações de coco, um mega complexo de hotel com campo de golfe em construção. Nada de realmente especial. Descemos o rio até a sua foz, já despejando suas águas barrentas no mar da China. 
O mais incrível é que depois de toda conversa amigável e futebolística, assim que ele recebeu o dinheiro, já mudou completamente de expressão e partiu em busca de outro turista. Nessa terra de comunistas a simpatia acaba sendo uma moeda de troca e obedece às leis do capitalismo mais selvagem! Talvez no Brasil a gente esteja deixando de ganhar uma grana preta!!

Acabamos comendo uns pratos locais numas barracas de rua, algo mais leve para um dia mais tranquilo. Amanhã, bike pelos campos de Hoi An!

Abs a todos!

Dias 21-22 | 09nov-10nov | Vietnã - Hoi An e a enchente

Como todos certamente já perceberam, estamos tendo dificuldades em manter nossos posts em dia.
Portanto agora vamos organizar os relatos por lugares, somando vários dias num único post.

Na verdade estamos mesmo trapaceando (sim, admitimos!!), mas é a forma que encontramos para dar andamento sem precisarmos dispor de horas diárias de dedicação. É claro que isso pode mudar de acordo com necessidades futuras, como falta de assunto, por exemplo...
Mas não desistam da gente!!


Dia 21 | 09nov
Chegamos de manhã depois de uma viagem noturna cansativa - o motorista buzinava o tempo todo como de costume, mas dessa vez a buzina parecia daquelas de navio cargueiro, de meter respeito mesmo! Caía uma chuva fina em Hoi An, após vários dias de chuvas pesadas. Ontem vimos as notícias da inundação, e quase adiamos nossa vinda a Hoi An, mas somos teimosos e acabamos vindo mesmo assim. Deu para perceber que o motorista teve que fazer uma mudança de trajeto, fazendo uma volta de uns 30 km, para contornar trechos inacessíveis da cidade.



Na parada final, um terreno baldio que serviu de terminal e vários taxistas já nos rodearam para oferecer seus hotéis, uns dizendo que o centro ficava longe. Mas nós tinhamos um mapa e sabiamos que estavamos muito próximo, aqui eles mentem a toda hora para conseguir clientes... Fomos ao centro e conseguimos nos instalar num hotel próximo da parte histórica e principalmente, numa área mais alta!
Chegamos a ver algumas ruas alagadas, com as pessoas ainda se arrranjando para minimizar os prejuízos. Com a chuva acabamos não fazendo muita coisa nesse primeiro dia, que serviu mais p recarregar as baterias. Tomamos um café típico com um macarrão que só existe aqui, o cao lao.
 As ruas inundadas de Hoi An e eu devorando o cao lao;

Hoi An é uma cidade pequena, mas concentra muitas atrações culturais, principalmente sua arquitetura singular de casas e templos, em estilos bem misturados. A cidade desde há muito tempo já recebia muitos comerciantes da China e Japão e suas heranças culturais ficaram marcadas nas contruções. Isso, somado às ruas estreitas e a sensação de tudo estar concentrado, cria uma atmosfera diferente, com um charme muito próprio, faz a gente se sentir deslocado no tempo... A presença do turismo aqui é grande, para variar. E ainda estamos na baixa temporada!

Uma coisa que chama atenção de cara é a presença absurda de lojas de alfaitaria, assunto no qual Hoi An tem fama. Há várias em cada quadra e os vendedores ficam puxando os turistas para conhecer suas "coleções", seus tecidos, etc. Eles copiam qualquer coisa que se leve para eles, como o último lançamento de Milão ou Paris, e pelo que ouvimos, com qualidade muito boa. Tem muito turista que parece ter vindo principalmente para renovar o guarda-roupa, tamanha quantidade de sacolas. Pelo que vimos, é bem barato mesmo.

De noite a garoa continuava e fomos provar algumas iguarias típicas de Hoi An: banh xéo (crepe de arroz, com camarões, porco, vegetais diversos), white rose (um pastel delicado de papel de arroz com recheio de camarões) e won ton frito (pastel chinês com vegetais e porco). Aqui existem muitos restaurantes legais, com ambiente agradável e servindo tudo que se pode imaginar (pizza por ex, tem aos montes, mas nada como nossas imbatíveis pizzas paulistanas!).
 
 Noite em Hoi An, e olha o Brasil presente! Abaixo, white rose e a cerveja mais famosa do sul, a Bá-Bá-Bá (333) - o mais legal é pedir ela!



Dia 22 | 10nov
No segundo dia a chuva não deu muita trégua e ficamos andando pelos lugares próximos da cidade velha.
Fomos ao mercado municipal, que ainda estava sendo limpo após a enchente, já que fica bem do lado do rio. Hoje o nível da água já baixou bem, pois conforme conversamos com alguns locais, a água chegou a uns 2m de altura na rua próxima do rio. O que nos impressionou era a rapidez com que as pessoas iam limpando as ruas e as lojas inundadas. Algumas que vimos sendo limpas no dia anterios já estavam funcionando, como se nada tivesse acontecido. Eles de certa forma convivem com essa situação que se repete ano a ano.
Mercado central de Hoi An, pós-enchente. A Bé andando com "nojinho" da lama. Variedade de ovos, macarrões. Caranguejos enormes e algemados!

Vimos algumas casas que faziam a mesma técnica de bordado que descrevemos em Nha Trang, parece que é algo bem comum aqui no Vietnã. Aqui haviam algumas reproduções mais fotográficas, as artesãs ficam mais de 2 meses num mesmo quadro, mas elas não são as verdadeiras autoras de cada obra: a assinatura no canto é um logotipo da galeria...
Entramos também numa loja que produzia e vendia milhares de coisas feitas de seda. Uma "exposição" mostrava na prática como se chegava no tecido a partir do bicho da seda, uma lagarta devoradora de folhas de amora. Muito legal ver todo o processo, inventado pelos chineses há muito tempo.
A vida na rua corre normalmente com o recuo das águas. Mercado na beira-rio, com o rio ainda alto. Abaixo a tiazinha seleciona as larvas de bicho da seda que estão prontas p virar casulo (logo a seguir).
 
A chuva aumentou e acabamos voltando ao hotel e passando o resto da tarde em estado de hibernação...
De noite voltamos ao mesmo restaurante de ontem, o que fez a dona levantar aquele sorriso, talvez mais pelos nossos suados dólares! Pedimos um peixe assado na folha de bananeira, com vários temperos, muito aromático. E cerveja Saigon, que apesar de ser mais sem graça para pedir, agradou mais!
Cenas noturnas, com várias lojas. A Bé no meio das lanternas japonesas (ou chinesas?). Nosso peixe com cerveja!

Abs a todos!


sábado, 12 de novembro de 2011

Dia 20 | 08nov | Vietnã - Adeus Nha Trang!

Acordamos e começamos a arrumação da mala q para nossos padrões de viagem se resume a encaixar todos os pacotinhos de roupa no mochilão. Aproveitamos até o último minuto no hotel com AC, pois depois teríamos q esperar até às 18:30h (horário do busao p Hoi An) no ar abafado da cidade.

Deixamos as coisas no hotel e fomos tomar cafe (almoço praticamente, já q era quase 12:00h). Fomos no mesmo lugar onde o Márcio havia gostado do phó. Uma delicia! Muito bacaninha a moçaa q nos atendeu, simpática...

Depois de almoçar, resolvemos procurar um café com wifi e AC!! p matarmos o tempo...
No caminho encontramos um espaço localizado em uma esquina que parecia uma Vila e que se chamava XQ Silk Hand Embroidery Picture.
Ao entrarmos, ja havia uma sala cheio de mulheres bordando quadros belissimos com linha. Um trabalho q requer muita paciencia e muita técnica.
 
Ficamos num café por quase 3 horas e saimos apressados para o hotel. No caminho, havia uma galeria de fotos, que fizemos questão de entrar, pois as fotos eram muito bonitas, retratavam o cotidiano das pessoas.
Havia um homem sentado de cócoras em frente a galeria e era o próprio fotógrafo. Ele nos contou sua história de vida... Ele era o motorista do ciclo (bicileta acoplado numa cadeira) que um dia conheceu um casal norueguês que lhe deu uma câmera fotográfica. Com isso, começou a fotografar e até já ganhou um concurso Internacional de fotografia!! Fascinante a história dele!
No caminho do hotel, vimos um restaurante que algum estrangeiro resolveu homenagear a frase mais típica daqui dos vietnamitas! Sempre que a gente pergunta qual a diferença (de um produto, de um serviço, de qualquer coisa!!!) eles sempre respondem: "Same, same", como se tudo tivesse a mesma qualidade!?!


Ao chegar no hotel o Márcio começou a acessar a internet e vimos que Hoi An (nossa próxima parada) estava inundada!!
Até tentamos cancelar nossa viagem, mas perderíamos nossa passagem e o onibus já estava em frente ao hotel. Vamos que vamos!!! No dia seguinte saberíamos em que pé estava.

(Um parênteses aqui)  Observando as pessoas, nos parece que todo mundo gosta muito do chão e da rua, pois no mercadão, coloca-se praticamente tudo no chão ou muito próximo. As mesas e as cadeiras onde as pessoas comem na rua parece que são todas de criança, e as pessoas ficam muito de cócoras... Acho que pelo perfil físico, pois são todos pequenininhos e magrinhos, rsrs
Aqui não tem churrasco, arroz e feijão como no Brasil, ai que saudades!!!

Valeú!!!



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dia 19 | 07nov | Vietnã - Snorkelling em Nha Trang!

A van do nosso passeio chegou no horário combinado e passou em diversos hotéis para pegar os demais turistas. Esse passeio é focado em mergulho livre (snorkelling) nas ilhas próximas da baía de Nha Trang. Após as fotos que vimos do lugar, ficamos com grandes expectativas, apesar de sabermos que a visibilidade não seria grande coisa. Chegamos no porto de Nha Trang para pegar o barco, num trajeto de 1 hora até a primeira parada.
Nosso guia era uma figura, um tipo mestre Miyagui dos mares. Ele  tinha um colar que imediatamente me fez lembrar de um ribeirinho que conheci na viagem da Amazônia, outra figura!
Abaixo, separados no nascimento: o guia amazônico (esq) e o mestre Miyagui dos mares. 
Detalhe nos colares, um com dente de jacaré e outro de javali!
 
No caminho haviam vários flutuantes num costão, que depois o guia nos explicou que são fazendas para criação de peixes. Eles constroem gaiolas flutuantes e usam a própria água do mar para criar diversas espécies comerciais. 
No meio, vista geral das fazendas de peixes. No alto detalhe da fazenda.

Fizemos na parte da manhã 2 paradas, sendo que a primeira estava com visibilidade bem ruim. Aqui na região eles praticam pesca com explosivos, então os corais não estão totalmente preservados. Mas já deu para ver uma porção de formações de coral muito bonitas, que não temos no litoral brasileiro. Pelo menos nos lugares que já conhecemos. Haviam muitos peixes de recifes, ou seja, peixes pequenos para médios, nesse lugar não veríamos nada muito grande. Todos muito coloridos, e numa variedade impressionante! E o sol ainda deu as caras!!
A segunda parada foi melhor, com visibilidade bem melhor, com formações mais preservadas e muitos peixes! No verão deve ser sensacional ter uma visibilidade de mais de 20m!
Quando voltamos ao barco, o almoço já estava pronto na mesa e, ao contrário de ontem, surpreendeu muito! O cozinheiro, que desde nossa saida do porto já estava a todo vapor, cortando frango, limpando as verduras, etc, fez um almoço com uns 7 pratos diferentes. E o mais importante, comida gostosa após uma manhã de pernadas intensas.
Chegamos durante o almoço num costão onde um barco com turistas pescava no mesmo lugar que outros barcos fariam mergulho livre! Vimos em algumas agências esse passeio conjugado: mergulho e pesca, vc mergulha com o Nemo e depois pode fisgar ele! E ainda, almoçá-lo!
Na última parada o mestre Miyagui também caiu na água e ficou pegando bichos diferentes, indicando peixes e outros bichos que não podia pegar. Nesse lugar ele localizou o venenoso peixe leão, que vimos ontem no aquário, muito bacana!
No alto, um costão e uma casa construida na rocha! Abaixo, o barco tour-mergulho+pesca.
Esse passeio realmente valeu a pena, ainda terminou com uma mesa cheia de frutas locais, já durante a volta ao porto. E custava o mesmo valor do city tour do dia anterior!
Fomos diretamente ao hotel e somente hoje acabou o velório do nosso vizinho. Ficamos imaginando o cansaço e a dor com que os filhos têm de lidar, pois foram 3 dias recebendo pessoas, prestando homenagens ao pai falecido. Pelo que entendemos do fraco inglês da moça do hotel, o corpo foi cremado e eles ficaram todos esses dias velando.
 Nosso hotel (Chanh Tuan) e o longo velório do vizinho.

Amanhã vamos partir para o centro do país, Hoi An!

Abs a todos!