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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dias 32-34 | 20nov-22nov | Vietnã - Nas terras altas de Sapa

Dia 32 | 20nov
Na viagem noturna de trem deu para até dar uma descansada, as camas eram confortáveis, apesar do balanço do vagão. Na mesma cabine havia um australiano bem gente boa. Ele tinha uma história bem maluca, ele é filho de pais cambodjanos que fugiram do país durante o regime do Khmer Rouge. Na época o governo da Austrália recebeu as pessoas daquele país, o que provavelmente salvou suas vidas e garantiu suas gerações futuras. Ele estava viajando pelo Vietnã e depois iria para o país de origem de seus pais pela primeira vez, provavelmente um momento muito importante em sua vida.

Sapa é um destino muito famoso no país, com a marcante paisagem montanhosa e seus engenhosos arrozais em platôs. Infelizmente nessa época a colheita foi toda feita e sobraram apenas os platôs alagados. Para o melhor de Sapa teríamos que vir em junho, quando os morros ficam totalmente verdes. Aqui também há uma variada presença de minorias étnicas e a visita às vilas é um dos principais programas. Nosso tour era focado em trekking e seria de 3 dias e 2 noites, sendo uma noite em homestay.
Chegamos às 5 da manhã em Lao Cai, o acesso do trem, onde uma van nos levou até a cidade de Sapa. Uma alemã, cujo guia não havia dado as caras, se juntou à nossa van. O hotel do tour era normal, sem charme nenhum, apesar de se chamar Emotion Boutique Hotel. Não era boutique hotel, muito menos causava qualquer emotion... Após o café da manhã nossa guia veio nos encontrar, uma senhora muito simpática de uma etnia local, pequenininha! O nome dela era Sú e a Bé já mandou um "Que fofa!", hehehe!

A Bé no alto, na cabine do trem. No centro, a Sú, nossa guia à caráter.

Saimos andando do hotel e um grupo de mulheres da mesma etnia da Sú se juntou a nós. A alemã também se encaixou no nosso grupo, com mais 3 pessoas de uma família tcheca. Como prometido, o tour seria em um grupo pequeno, de no máximo 6 pessoas. Mas o que não imaginávamos era que haviam dezenas e dezenas de outros grupos de 6 pessoas... O trajeto estava tomado pelos turistas e pelas mulheres que seguiam puxando aquela conversa mole a qual já nos acostumamos: "De onde vc é?", "Quantos anos vc tem?", "Vcs são casados?"... Em um dado momento elas sacavam vários artesanatos de suas enormes cestas e ficavam tentando nos vender!! O mais curioso era que elas seguem determinadas pessoas, como um combinado entre elas - "esse casal com cara de japa são meus". Tinha uma cena em que várias crianças praticamente subiam em cima de um turista, fotografei e até mostrei pro cara, que riu muito.
Saimos pela estrada de acesso da cidade, já na beira de um vale bem fundo. Carros e caminhonetes passavam buzinado e muito perto de toda aquela gente, espremida na estrada estreita. Entramos por uma trilha e começamos a descida rumo ao fundo do vale, muito cênico! A paisagem realmente é bonita, apesar de não estarmos na melhor época. A neblina espessa da manhã já se dissipava e revelava a extensão do vale.A descida era bem íngreme e as mulheres todas (nossa guia inclusive) usavam umas sandálias estilo croc ou havaianas. E algumas desciam correndo, com muita habilidade.
O trajeto ia acompanhando o rio, quando atingimos a vila de Lao Chai. Mais mulheres nos cercaram, agora com uns panos vermelhos na cabeça. Essas são já de uma outra etnia, mas também tentavam vender seus artesanatos. Todas essas vilas são muito humildes e essa renda extra que eles têm dos turistas certamente é muito importante.
Na vila tivemos nosso lanche-almoço, uma baguete muito boa com omelete, salada e frutas.
Alguns bichos importantes na vida dos locais, sobretudo os búfalos, sem os quais tudo seria muito mais trabalhoso! E porquinhos filhotes são engraçadinhos, não daria para pensar neles dentro de uma feijuca... 
 Nosso trajeto se extendeu até a vila de Tan Van, onde seria nosso homestay. Na verdade não era um homestay de fato, estava mais para uma hospedaria preparada para turistas, com várias camas separadas apenas pelos mosquiteiros.
O jantar foi um dos destaques. A dona da hospedaria, com o barrigão de uns 8 meses, preparava a comida sobre o fogo de lenha. Entramos para ver e ela nos deixou ficar um pouco. Ela preparou vários pratos, com sabor bem caseiro e todos muito bons! Muitos vegetais, carne de porco, frango, tofu e claro, arroz! Após o jantar nossa guia e uma outra bem doida troxeram umas garrafa pet com o que eles chamam de rice wine (vinho de arroz), que não tem nada a ver com o saquê japonês. Essa bomba está mais para a cachaça, com mais de 40% de álcool. Começou o vira-vira, que acompanhamos somente no começo, para não dar um PT no trajeto do dia seguinte. Foi muito divertido, nossa guia era muito engraçada e ficava regulando a outra que era mais maluca (essa queria fazer todos encherem a cara!!). Depois ainda fomos dar uma espionada numa festa de casamento que estava acontecendo na vila, muito bacana. Pegamos o momento da chegada da noiva, que era de Hanói.
 Acima, nosso homestay. Na parte de baixo, o festival de vira-vira de "rice wine".

Durante a noite, um rato andou pelas redondezas e acho q ele me cutucou o dedo do pé! Quando levantei com a lanterna em punho, a Beth já acordou perguntando o que eu estava fazendo... "Nada! Só estou procurando meu chinelo!". Hehehe, se ela soubesse ia ficar acordada a noite toda em vigília!! Outras pessoas também viram, mas concluimos que esses daqui são mais limpos, pois comem arroz e milho... Melhor pensar assim!


Dia 33 | 21nov
Acordamos bem cedo para pegar o nascer do sol no vale, o que valeu muito a pena! Após o café com panquecas e mel, já pegamos a trilha. Dessa vez teríamos mais subida, pois teríamos que dar a volta por cima para acabar de tarde na estrada que levaria de volta à cidade.
 Hoje as multidões parecem ter se dissipado um pouco. Mas mesmo assim alguns grupos faziam o mesmo trajeto que a gente.
A visão do vale no trecho de hoje é ainda mais bonita, ficamos tirando fotos a cada parada... Passamos numa escola local, onde as crianças estavam tendo aula.
Num determinado momento um pessoal grita p gente de cima do morro, eram as 2 canadenses que conhecemos em Halong Bay. Elas estavam com um outro grupo, e acabamos nos cruzando no meio do vale! Almoçamos numa vila no caminho, noodles preparado pela própria Sú. Quente e reconfortante para um dia mais frio que ontem.
Nossa guia a Sú, uma das pessoas mais bacanas que conhecemos nessa viagem.
À direita, a cidade de Sapa.

Quando chegamos à estrada nossa van já estava a postos e pegamos a estrada de volta a Sapa.
Jantar no hotel e um merecido descanso!


Dia 34 | 22nov
Hoje é nosso último dia em Sapa. Após o café apareceu um outro guia e não a Sú como imaginávamos. O dia estava muito nublado e com neblina muito densa. Foi muita sorte, pois nos 2 dias anteriores conseguimos ter dias excelentes para aproveitar as trilhas e o visual do vale. Hoje o dia é de chuva mesmo.
No nosso grupo tinha uma curitibana que mora em Londres. Ela trabalhou numa empresa inglesa fornecedora da Narita que faz pesquisa de mercado em vários países. Brasucas são raridade por esses lados do Sudeste asiático e quando ouvem um português-não-lusitano logo tratam de se identificar e trocar figurinhas.
O restante do tour é de fato para "encher linguiça" mesmo. O guia era muito fraco, nem chegava aos pés da Sú. Era apenas um cara que sabia o caminho. Fomos a lugares do tipo uma "vila onde as mulheres fazem artesanato". Perto uma cachoeira e um rio eram o destaque do trajeto. Próximo da cachoeira umas barraquinhas vendiam petiscos locais. Provamos um arroz glutinoso (de moti) cozido dentro de bambu, que eles assavam sobre brasas. Curiosa forma de preparo e para comedores de arroz como a gente, muito boa!
Voltamos à cidade sob chuva na hora do almoço e depois tivemos a "tarde livre". Ficamos perambulando pelas ruas de Sapa, repletas de lojas de souvenir (os mesmos que as mulheres vendem nas vilas). O mercado local é interessante, com aquele sortido de barracas de verduras, frutas, bichos vivos e comidas locais, bem típicos aqui do Vietnã.

Apesar do dia de hoje, Sapa valeu muito a pena!
De noite pegamos o trem de volta a Hanói, já na nossa reta final aqui no Vietnã.
Abs a todos!

2 comentários:

  1. Estávamos aguardando ansiosos por novas postagens.
    Foi bom esperar, os lugares são muito bonitos.
    Ficamos interessados na parte da caninha com básicos 40% de álcool puro.
    Acho que dá pra encher a cara.hehehe.
    Abraços e até a próxima postagem.

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  2. E ai Iran, blz?
    Se a nossa guia não tivesse regulado, ia ter uns caras dando PT, o negócio é forte mesmo!!
    Super abs!

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